Afinal, o que é ser velho? A pessoa acima de 60 anos, quem não mais trabalha ou o estado de espírito de quem não tem mais sonhos? Essas questões se relacionam aos estigmas sociais e culturais construídos ao redor do termo “velhice”, que fazem parte de um contexto de valorização de uma juventude idealizada como eterna e do menosprezo a um momento de vida essencial para o ser humano.
Os estigmas são construções sociais equivocadas sobre alguma característica que as pessoas possuem, especialmente sobre o que se entende por velhice e na utilização da própria palavra, que muitas vezes é evitada ou substituída por “terceira idade” ou “melhor idade”, o que revela que a velhice é um termo a não se utilizar e uma fase a não se discutir abertamente.
Mais de 14% da população brasileira é composta por pessoas idosas, segundo o Censo de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A tendência é que esse número cresça nos próximos anos, à medida que a expectativa e qualidade de vida da maioria das pessoas é afetada positivamente.
Apesar disso, o etarismo, que representa os diversos preconceitos em torno da velhice, se manifesta em piadas e em formas de exclusão, como reduzidas opções de serviços, a falta de representação e acessibilidade nos espaços sociais, o isolamento imposto e a desvalorização das experiências vividas, resultando na invisibilidade de um processo que é natural, contínuo e de acúmulo de valiosos momentos e memórias que ultrapassam o indivíduo.
O que é considerado velho, fora de época, incapaz, na verdade, é uma vasta potência que preserva raízes, construindo legados com sabedoria e experiência, descobrindo novos gostos e habilidades e contribuindo significativamente para a vida de familiares, amigos, comunidade e sociedade como um todo. A experiência vivida, acumulada ao longo dos anos, é uma fonte contínua de aprendizado para se refletir sobre o passado e para a reinvenção do presente e do futuro, o que apenas o envelhecimento é capaz de proporcionar.
A convivência entre gerações permite a troca de conhecimentos, especialmente por meio daqueles que estão na fase da velhice. Os frutos desses compartilhamentos formam um rico repertório que nos ensina a lidar com a existência, construído com a escuta atenta, com o fortalecimento de vínculos e pela transformação de estigmas em empatia, novos saberes e valores que nos ensinam a reconhecer a importância de cada pessoa dentro da coletividade.
A velhice representa a constante passagem do tempo e a expectativa de que sempre haverá mais a ser realizado e sonhado. Ela não marca o encerramento de ciclos, mas a abertura de novos caminhos a partir do que já foi vivido. Neste momento, planejar novos projetos, resgatar aqueles que foram pausados, descobrir gostos ou revisitar o que se aprecia, desvendar habilidades e aprimorar as que se têm é o equilíbrio a ser buscado entre o que passou e tudo o que a vida ainda pode oferecer.
A SPPrev apoia o envelhecimento ativo, com plena participação social, acesso a direitos e dignidade aos que fizeram e ainda fazem muito durante suas jornadas; aos que continuam a nos prestigiar com suas vivências.
Para aqueles que dizem que outro foi o seu tempo: sua época é agora e ainda há muito mais a ser feito!
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Velhice: o tempo que passa e o tempo que há de chegar
Para além dos estigmas, a velhice representa o fortalecimento de raízes, a construção de legados e as descobertas por viver
12/12/2025
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